Lúcia, Francisco e Jacinta estavam brincando num lugar
chamado Cova da Iria. De repente, observaram dois clarões como de relâmpagos, e
em seguida viram, sobre a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma
Senhora de beleza incomparável.
Era uma Senhora
vestida de branco, mais brilhante que o sol, irradiando luz mais clara e
intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos
raios do sol mais ardente.
Sua face,
indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de
suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito, e voltadas para
cima. Da sua mão direita pendia um Rosário. As vestes pareciam feitas somente
de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a cabeça
da Virgem Maria e lhe descia até os pés.
Lúcia jamais conseguiu
descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante. Com voz
maternal e suave, Nossa Senhora tranqüiliza as três crianças, dizendo:
Nossa Senhora: “Não
tenhais medo. Eu não vos farei mal.”
E Lúcia pergunta:
Lúcia: “Donde
é Vossemecê?”
Nossa Senhora: “Sou
do Céu!”
Lúcia: “E que é que vossemecê me quer?
Nossa Senhora: “Vim
para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma
hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda
uma sétima vez.”
Lúcia: “E eu também vou para o Céu?”
Nossa Senhora: “Sim,
vais.”
Lúcia: “E
a Jacinta?”
Nossa Senhora: “Também”
Lúcia: “E
o Francisco?”
Nossa Senhora: “Também.
Mas tem que rezar muitos terços”.
Nossa Senhora: “Quereis
oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser
mandar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de
súplica pela conversão dos pecadores?”
Lúcia: “Sim,
queremos”
Nossa Senhora: “Tereis
muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”.
Ao pronunciar estas
últimas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, e delas saía uma intensa luz.
Os pastorinhos
sentiram um impulso que os fez cair de joelhos, e rezaram em silêncio a oração
que o Anjo havia lhes ensinado:
As três crianças: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos
amo no Santíssimo Sacramento.”
Passados uns momentos,
Nossa Senhora acrescentou:
Nossa Senhora: “Rezem
o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra.”
Em seguida, cercada de
luz, começou a elevar-se serenamente, até desaparecer.
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